A revista Guitar World traz David Gilmour na capa da edição de dezembro e anuncia: “O retorno do rei!”. A chamada feita pela revista para a matéria já explica muita coisa:

Guitar World de dezembro traz a realeza do rock and roll. Estamos celebrando o retorno de um rei! A lenda do Pink Floyd, David Gilmour, está voando solo. Seu ousado novo álbum, Rattle That Lock, é bem diferente de qualquer outro trabalho feito por Gilmour anteriormente, nos dois álbuns solo e com o Pink Floyd. O humor é surpreendentemente otimista em muitas músicas e as letras são bastante maduras. Leia mais sobre o retorno de David e seus próximos planos em nossa entrevista.

Gilmour concedeu uma longa e tranquila entrevista para o jornalista Chris Gill. Falou sobre sua carreira, contou detalhes sobre a elaboração e construção do novo álbum Rattle That Lock, falou sobre sua família que está envolvida diretamente neste trabalho, e também falou sobre Pink Floyd, claro!

Quando o jornalista afirma que o novo álbum de David Gilmour surpreende as pessoas que seguem seu trabalho por muitos anos, o guitarrista esclara: “Eu espero que sim!” 

Após ler a entrevista na íntegra fica claro que Gilmour respira música e no caso do novo trabalho ele não pensou em um conceito específico para criar um novo álbum… ele simplesmente trabalha as músicas aos poucos e não para de trabalhar. Como ele mesmo disse: “O pote foi enchendo, enchendo, enchendo devagar por alguns anos.”

Sobre a criação das músicas e letras (muitas escritas por sua esposa, Polly Samson), David explica que normalmente ele já tem alguns pedaços de músicas sobre as quais ele trabalha em estúdio, depois leva para tocar em casa. Polly dá algumas opiniões e quando ela gosta muito da música ela pergunta se ele quer ajuda para montar a letra, e ele sempre aceita.

Sobre as composições escritas por ambos, ele diz que normalmente ela conduz a história e que os dois trabalham quase que telepaticamente, já que sua esposa sabe bem o que ele espera. E que recentemente ela tem estado mais livre para seguir os instintos dela, não se preocupando mais tanto em ver as coisas através dos olhos do marido.

Sobre “The Girl in a Yellow Dress”, David contou como o convidou o filho Gabriel para tocar piano nesta música. E ainda falou sobre a intimidade do filho com o instrumento. Ao ser questionado o que o inspirou a fazer um jazz tradicional, David disse que nunca quis mudar nada nesta música e que apenas a voz dele era suficiente para unir essa faixa ao restante do álbum. E explicou sua ligação com os dois outros guitarristas que tocam nessa música: Rado Klose (um ex integrante da primeira formação do Pink Floyd e amigo de longa data) e John Parricelli (um exímio guitarrista de jazz da Inglaterra). E ainda completou dizendo que não tocou guitarra nessa música por muito tempo, e só colocou alguns acordes dele pois pensou: “Eu não posso ter uma música com dois outros guitarristas e sem mim.” (hahahaha… bem pensado, Gilmour!)

Ainda falou sobre os dois estúdios nos quais trabalha, como foi a montagem e como é o seu estúdio Medina (Que foi montado pelo próprio David Gimour, próximo a sua casa, onde ele na maioria das vezes trabalha sozinho.), suas parcerias, instrumentos e equipamentos. E por fim, mostra que fechou o ciclo do Pink Floyd, que The Endless River era um trabalho que merecia ser concluído e que tudo de de valor que eles tinham e que estava inacabado entrou neste último álbum.

A entrevista na íntegra, em inglês, está no site da revista em duas partes: Parte 1 e Parte 2

Essa entrevista incrível só nos deixa ainda mais ansiosos para a chegada de David Gilmour no Brasil em dezembro para quatro shows, que serão certamente inesquecíveis.

Por Natália Brandão