Enquanto todo mundo requebrava horrores com os shows nacionais do palco Sunset, uma outra gama de presentes na Cidade do Rock, nessa sexta-feira (22), esperava pela nata gringa que passaria por lá. E depois de uma quinta-feira não tão movimentada assim, o público para ver Bon Jovi chegou em peso no festival e não arredou o pé do gramado até ver o Crush do Rock em carne e osso.
Mas antes, conferiram alguns bons shows para dar uma aquecida. Jota Quest, veteranos de Rock In Rio, fizeram mais um de seus shows bem animados e foram responsáveis por arrastar a multidão do palco Sunset para o palco Mundo. Logo após, foi a vez do Alter Bridge abrir o palco mundo para as atrações internacionais da noite.
Faltando pouco pro show mais aguardado, Tears For Fears chegou pontualmente ao palco com seu pop rock melancólico e nostálgico. Donos do hit “Everybody Wants to Rule the World”, abriram o show com a versão de Lorde para a canção (aquela mesma usada pra trilha de “Jogos Vorazes: A Esperança”) e em seguida começaram com a versão original que todos conhecem (e cantaram junto!).
E mesmo com um setlist que poderia ser melhor, a plateia não deitou pra nada e se manteve, firme e forte, na espera por Bon Jovi.
E eis que ele finalmente chega. Com poucos minutos de atraso, Bon Jovi sobe ao palco. De cara, é bom ressaltar a louvável escolha de não dar muito destaque para o álbum This House Is Not for Sale e focar mais nos hits que a galera conhece (destaque para o coro incrível em “You Give Love a Bad Name”), mesmo ele não tendo mais tanta voz como antes. Isso implicou diretamente no fato de terem alterado os arranjos e tons, mas nada comprometeu a apresentação de Bon Jovi. Sua conexão com o público, mais uma vez, se mostrou forte e contundente a ponto de ninguém se distrair mesmo nas canções menos conhecidas.
No bis, ele destoou um pouco do setlist idealizado primeiramente e cantou “Have a Nice Day” e, obviamente, “Livin’ On a Prayer”, hit atemporal da banda que sempre cumpre seu papel nas passagens dos caras por aqui.
No geral, a galera não se importou muito com os detalhes a desejar e deu atenção à entrega sempre eficiente da banda. Bon entregou o show que todos queriam, com as músicas que muitos conheciam (mesmo não tendo “Always”) e o carisma que o consagrou como quem ele é hoje dentro do âmbito musical. Mesmo com os empecilhos do tempo que o impede de ser fiel ao formato original das canções, sua preocupação em mostrar seu melhor no palco foi contundente o suficiente para anular qualquer vestígio de imperfeição. Bon Jovi ainda é O CARA!
Por João Batista (Maze) para Midiorama