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Rock In Rio 2017: Red Hot Chili Peppers finaliza edição com uma apimentada chave de ouro


De cara nova e muitas novidades, o festival fechou a conta de 2017 com saldo positivo.

Depois de seis dias com mais altos do que baixos e muitas novidades, o Rock In Rio deste ano chegou ao seu fim da melhor forma possível: shows no ponto, público satisfeito e a paixão pela música demonstrada de diversas formas.

MAIS UMA VEZ, A FORÇA DOS NOMES DA NOSSA MÚSICA

No Sunset, novatos e veteranos do festival fizeram um bom trabalho no geral. Ego Kill Talent apresentaram seu rock pela primeira vez no festival mostrando pro que vieram, enquanto o show dobradinha de Doctor Pheabes e Supla quebraram tudo num show que contou até com covers de David Bowie, Billy Idol e John Lennon.

Quem também brilhou muito, mais uma vez, foi o Republica. Em sua terceira passagem pelo festival, a banda se mostrou ainda mais competente, com sons maduros, vocais legais e confiança máxima no palco. Sepultura também não fez feio: os mais que veteranos do Rock In Rio, que foram headliners desse último dia, proporcionaram mais uma experiência incrível pros fãs, chegando a formar impressionantes rodas enquanto tocavam seus sucessos.

República levou seu rock para o palco Sunset neste último dia de Rock in Rio #RockinRio #Republica #midiorama @republicarock

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Foto: I Hate Flash
Foto: I Hate Flash

 

COMBUSTÃO INSTANTÂNEA

Depois do sucesso absurdo que fez no palco Sunset em 2013, quando conseguiu reunir um público além do que poderia ser comportado, nada mais justo que o The Offspring retornar ao festival com um upgrade merecido de espaço. Agora no palco Mundo, a banda abriu a trinca gringa da noite da maneira que todos esperavam: com muuuuitas rodas. “Come Out and Play”, “Have You Ever” e, obviamente, “Pretty Fly” foram alguns dos momentos mais intensos do show, que foi animado do início ao fim – salvo por um momento atípico de “Gone Away” no piano, que ganhou uma onda de luzes na plateia. Certamente algo que não costuma se ver muito em um dos deles. Afinal de contas, os brutos também amam, não é mesmo?

Foto: I Hate Flash
Foto: I Hate Flash

 

PRONTO PRA GUERRA

Jared Leto não é a Pabllo Vittar, mas chegou preparado pra atacar. Diferente da estética quase beirando a megalomania de 2013, dessa vez o show do Thirty Seconds to Mars trouxe ares diferentes. Com um traje mega colorido e com pegada disco-étnica, Jared chamou todo mundo pra lutar nas primeiras músicas do set. Faixas como “Kings and Queens” e “This Is War” ecoaram pela plateia super animada, que não se cansava de gritar as diversas variações de “oh-oh-oh” contidas nas músicas da banda. Ainda na vibe apoteótica, o show seguiu com o single novo “Walk On Water”, que amornou um pouquinho a plateia – a música ainda não hitou o suficiente por aqui a ponto de arrancar um coro grande da galera. Entretanto, uma surpresa: do nada, Projota sobe ao palco para cantar um verso inédito da música junto com Jared e a galera, obviamente, foi à loucura. Temos um remix à caminho? Já queremos!

Foto: I Hate Flash
Foto: I Hate Flash

Mas essa não era a única surpresa que a banda preparou: Jared repetiu a tirolesa e cantou “The Kill” acústica após cortar os ares por cima da plateia. Além disso, chamou dois fãs em “Do Or Die” e no final, chamou vááários pra cantar junto “Closer to the Edge”, que encerrou o curto setlist. Mesmo com poucas músicas, a banda se mostrou conectada com o público dessa vez de forma mais orgânica e menos esnobe, provando novamente o quanto Jared sabe vender bem seu carisma em seus shows através de piadinhas, caretas e demonstrações sutis de carinho com o público. Muitos fãs alegam que o conceito dos discos justificam que essa mudança de persona entre um show e outro – se em “Love Lust Faith and Dreams” ele demonstrou uma imensa síndrome de grandeza, podemos aguardar algo mais brando nesse próximo álbum caso sigamos essa lógica. Independente de qualquer coisa, eles mandaram super bem!

FECHANDO COM UMA APIMENTADA CHAVE DE OURO

Não precisou muito pra perceber o motivo pelo qual o último dia desse Rock In Rio foi o mais disputado de todos. Assim como os caras do Offspring mais cedo, os Red Hot Chili Peppers incendiaram a plateia desde o momento em que o primeiro dos icônicos acordes de “Can’t Stop” foram tocados. E não foi apenas emoção de primeira música, o público estava MESMO animado. Até mesmo as mais novas, do álbum “The Getaway”, estavam na ponta da língua ou nos movimentos da galera. Os RHCP realmente possui uma energia boa e de fácil contágio, sem contar que sua música é um símbolo da geração anos 90/2000. Logo, foi impossível não sentir nostalgia em faixas como a já citada “Can’t Stop”, que abriu o set e “Snow (Hey Oh)”. Destaque também para o momento incrível que foi “Californication”, onde todo mundo colocou os pulmões pra fora e bradou um coro uníssono digno de último dia – mesmo mudando o marcante solo de guitarra da música.

Foto: Wesley Allen / I Hate Flash
Foto: Wesley Allen / I Hate Flash

Anthony Kieds pode ser o vocalista principal da banda, mas nesse show quem mereceu o título de frontman foi Flea. O baixista da banda saudou, conversou e se entrosou com a galera enquanto Kieds se limitou bastante à sua função vocal. Faltou conexão nesse aspecto, mas conforme citamos ainda agora, a energia das músicas hipnotizou a todos, colidindo num ato final incrível que iniciou uma reação explosiva da galera em “By the Way” e que culminou num desfecho ainda mais intenso com um descamisado vocalista em ótima forma física cantando “Give It Away” – uma previsível escolha, por sinal.

Após a despedida dos californianos, imediatamente se iniciou a já conhecida queima de fogos do festival, o que fez com que nos déssemos conta de que o Rock In Rio 2017 estava chegando ao seu fim. E mesmo com seus (poucos) pontos fracos, podemos concluir que o evento soube se reinventar.   Um novo e maior espaço, mais variedade nos stands e atrações, um palco totalmente voltando para estrelas digitais e uma área destinada ao público geek são apenas os pontos macro de todo esse upgrade que a marca recebeu. Deu espaço para novas tribos se sentirem ainda mais a vontade, deu um passo a frente e deixou de ser apenas um festival de música com brinquedos legais. Definitivamente, o Rock In Rio agora é uma verdadeira experiência artística.

Por: João Batista (MAZE) para Midiorama


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