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Tankard: banda alemã de heavy metal cultua a “cerveja”


Para os mais desavisados, o Tankard está a caminho do Brasil, tocando em São Paulo, no dia 21 de fevereiro. Com quase 35 anos de carreira e uma legião de fãs pelo mundo, o site A Ilha do Metal conseguiu uma entrevista exclusiva com o baterista Olaf, quando conversamos sobre  Brasil, cerveja, cerveja, Heavy Metal, cerveja, cerveja e mais algumas cervejas!!!

Com vocês: Tankard

 

Quando falamos sobre o Thrash Metal Alemão, sempre são citadas bandas como Destruction, Kreator e Sodom. Porém, o Tankard é a banda mais carismáticas do estilo e, sem dúvida, com o show mais energético dentre os quatros grandes ícones alemães.

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Olá, Tankard. Sejam bem-vindos a “A Ilha do Metal”.

Olá a todos, aqui é o Olaf, baterista deste bando de palhaços. Peço desculpas a vocês pelo Gerre não poder estar presente para responder, mas como muitos sabem, nós temos outros trabalhos em paralelo e algumas vezes ficamos muito ocupados para realizar todas as entrevistas. Por este motivo estou aqui pra falar com vocês. Então, lá vamos nós…

A Ilha do Metal – No começo da carreira, quando todas as bandas de thrash alemãs escreviam letras sobre destruição ou demônios, vocês decidiram falar sobre cerveja e esta é a minha pergunta: como fizeram para criar este “Beer Thrash Metal?

Eu sempre chamei isso de “true metal”, porque fizemos as músicas sempre da forma que agimos em nosso dia a dia e, naquela época, surgiu um amontoado de coisas, como Speed Metal, Black Metal, Death Metal, Doom Metal, etc. E o Sodom veio com aquele ar de magia, então decidimos criar o “alcoholic metal”, se é que me entende.

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A Ilha do Metal – Não temos como esquecer de perguntar sobre o projeto Tankwart. Vocês pretendem lançar outro CD para este projeto?

Nós não pensamos nisso com muita frequência por questões de tempo mesmo. Atualmente estamos pensando e trabalhando para um novo CD do Tankard que será lançado em 2017. Sendo assim, não temos planos para fazer mais coisas pro Tankwart (mas nunca podemos dizer nunca).

A Ilha do Metal – Agora vamos falar sobre cerveja, disso sabemos que você é especialista. Qual é a melhor e a pior cerveja do mundo em sua opinião? Qual sua preferência? Pilsen ou outro tipo de cerveja?

Na minha opinião, a Schlappeseppel Landbier é a melhor, mas a maioria das pessoas do planeta não terão a chance de prová-la. É um tipo de Lager bávara, mas nada comparado as cervejas industriais pelo mundo. Nós temos muitas cervejarias aqui e muitas delas são muito boas. Talvez seja por causa da pureza de nossa lei de 1516 que diz que só se o lúpulo e a cevada forem bons que você pode realmente chamar de cerveja.

As piores, na minha opinião, são todas essas cervejas leves que vem dos Estados Unidos (cerveja light). Quando elas estão quase no ponto de congelar e você pode apreciá-la, elas só possuem líquido, então a diversão logo se acaba. É melhor voltar às boas escolhas.

No Brasil existem diversas marcas de cerveja vindas de alguma indústria, mas infelizmente sempre acabamos pegando as mais baratas e a maioria delas vem em latas e não em garrafas. Isso é muito ruim, pois o tratamento é diferente das cervejas que são colocadas em latas. Se eu estou certo, a cerveja é aquecida até 73°C (Celsius), talvez seja esse o motivo de o gosto ser tão diferente de latas.

A Ilha do Metal – Se você tivesse de escolher: groupies, um show formidável do Tankard e cervejas, qual seria sua escolha e porque?

Nós temos duas dessas opções quase todo o tempo. Então, adivinhe? (risos)

Tankard

A Ilha do Metal – Quando entrevistamos o Exodus, perguntamos sobre o Big Four, o vocalista Steve “Zetro”  nos lembrou das bandas de Thrash Metal da Alemanha e disse que o Tankard é uma das bandas mais importantes do estilo. Agora eu venho perguntar a vocês sobre o Big Four: como você vê a diferença do thrash alemão e as bandas thrash da Bay Area dos Estados Unidos?

Eu acho o alemão um pouco melhor. No nosso caso eu diria que iniciamos através de uma grande influência punk e isso inclui algumas bandas alemãs. Não saberia dizer se foi o mesmo com a Bay Area, mas isso realmente importa? Com certeza existem diversas diferenças entre ambos os lados, mas eu não sou capaz de responder isso de uma forma que faça sentido. Nós somos movidos através de um hobbie, todos nós da banda possuimos outros empregos e vivemos a típica vida de um alemão e, com isso, só poderia te dizer sobre o Tankard.

Nós temos diferentes culturas, regras, climas, tipos de humor, cervejas e pequenos biscoitos (nota do tradutor: ou bolacha, não culpe nossa tradução).

Ah, só completando: Steve (Exodus) só pra te informar, te devo uma cerveja.

A Ilha do Metal – Voltando a falar sobre o thrash metal alemão, uma coisa que alguns headbangers sempre se questionaram: qual a importância do Accept para vocês? Pergunto isso porque vejo diversas bandas influenciadas pelo clássico “Fast As A Shark”  em algumas músicas no começo de suas carreiras. Ou estamos errados com essa opinião?

O Accept foi a primeira banda mesmo de metal na Alemanha com sucesso internacional ao lado de Scorpions, então para a história eles são muito importantes. Tenho certeza que muitas bandas também são espelho do Tankard por questão de timbragem, mas não diria que realmente é um problema apenas das bandas alemãs. Eu não estou certo sobre isso, mas não vejo nada de errado você ser influenciado pelo seus velhos heróis (sem exageros), não é?

A Ilha do Metal – O último show de vocês no Brasil foi simplesmente devastador e memorável. Por outro lado, foi uma lembrança incrível a muitas pessoas. Como vocês pretendem nos surpreender novamente?

Como poderá ser uma surpresa se eu revelar para você agora? Nós iremos fazer as mesmas coisas novamente, alguns clássicos do Tankard, assim como nossos trabalhos mais recentes. No fim do show, sempre acabamos deixando alguns desapontados por faltar música X ou Y, mas sempre tentamos fazer nosso melhor e deixar todos satisfeitos.

Tankard A girl called Cerveza

A Ilha do Metal – Qual foi sua última lembrança do Brasil?

Nós não tivemos muito tempo para curtir o país e conhecer algum ponto turístico, mas conhecemos muitas pessoas e conseguimos aproveitar um pouco da praia de Fortaleza. Curtimos bastante e estamos muito felizes de poder retornar para o Brasil.

O que ficamos chateados é que vimos muitas pessoas pobres vivendo em favelas e também algumas cidades não possuem vida noturna. É tão difícil ver e entender isso, porque até as cidades menores na Europa tem alguma atividade noturna.

Do que eu lembro? Eu me lembro da Skol, Brahma, Antarctica, Bavaria e outros montes de cerveja que provamos aí. Eu me lembro das boas churrascarias e também me lembro que clonaram meu cartão em São Paulo.

Outra coisa que lembro é que muitas pessoas não gostavam na época que o Brasil sediasse a Copa do Mundo da FIFA em 2014. Eles falharam e vocês fizeram um excelente trabalho (sua seleção também). E ainda mais, lembro também dos aeroportos congestionados e o monte de carros da Volkswagen nas ruas, não pudemos ir para Cascavel porque o aeroporto estava interditado e lembro de muitas outras coisas inusitadas, mas passamos essas coisas em todos os lugares do mundo.

A Ilha do Metal – Sabemos que você é um grande fã de futebol. Poderia nos dizer o que você acha do futebol brasileiro? Você conhece algum time brasileiro?

Infelizmente é um pouco difícil eu dizer através dessa entrevista. Embora goste, eu não sou um grande aficionado por este esporte. Eu assisto pela TV algumas vezes, mas no final do dia eu não ligo quem realmente ganhou ou perdeu. Tenho certeza que os brasileiros são a nação do futebol. Digo que alguns dos seus jogadores estão ganhando muito dinheiro na Europa, mas por favor não me pergunte nomes. (risos)

Coisas que eu gosto realmente no futebol são coisas inusitadas, como o chute escorpião que o Rene Higuita fazia, mas isso não é feito com frequência nos campos de futebol.

*Talvez os antigos leitores disso irão lembrar desse goleiro louco da Colômbia. E para os novos, segue um vídeo:

Caso tenha mais interesse, procure na internet ou YouTube pelos melhores momentos e você terá um tempo bom de entretenimento.

A Ilha do Metal – Nós  gostaríamos de agradecer a você e somos fãs do Tankard desde o LP Chemical Invasion. E como última pergunta, peço para mandar uma mensagem para todos os seus fãs e, principalmente, aos beberrões que o acompanham nestes 30 anos?

Para todos os nossos fãs no Brasil, eu tenho a dizer que estamos muito felizes de poder retornar e, para os beberrões, recomendo as vezes trocar de marca de cerveja que talvez você encontre uma melhor por aí (ou talvez não encontre). Forte abraço a todos e nos vemos no dia 21, em São Paulo.

Tankard 2016

Entrevista por : Marcos Cesar

Tradução Livre: Vinicius Starteri

Por A Ilha do Metal


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