Não me lembro da última vez que assisti um filme em que nenhuma das cenas me desagradassem, mas agora eu sei um exemplo perfeito disso: Toy Story 4.
O filme prende desde a vinheta da Pixar, que tem uma transição perfeita com o início do filme, até os créditos finais (spoiler: temos algumas cenas ali também).
O longa mostra a vida dos brinquedos mais amados do cinema nas mãos de Bonnie, a garotinha fofa que o Andy confia para doar os seus brinquedos. No seu dia de adaptação no jardim da infância, Bonnie constrói um novo brinquedo, o “Garfinho”, que é apenas um garfo descartável que foi transformado em um boneco, mas que recebe todo o amor da garotinha, que já não dava tanta atenção assim para Woody. Mesmo sendo deixado de lado, o cowboy faz de tudo para manter a relação de Bonnie com o Garfinho, que vive em um conflito se deve ser um brinquedo ou se o seu lugar é no lixo. Podemos ter um leve déjà vu da crise existencial do Buzz no primeiro filme em não saber se é um brinquedo ou não, mas fiquem tranquilos, os roteiristas criaram uma trama única e totalmente nova para o Garfinho!
Como todo filme da Disney, Toy Story 4 passa uma mensagem linda sobre amizade e amor, é um verdadeiro aprendizado ver como Woody prioriza a felicidade da sua criança (Bonnie) mesmo sendo deixado de lado. Além do apego com os personagens antigos, é impossível não se apaixonar pelos novos também, os brinquedos que conhecemos nesse filme são divertidos e com certeza vão tirar boas risadas dos telespectadores.
Apesar da animação ter uma vibe infantil, está longe de ser um filme só para crianças, a Pixar conseguiu um equilíbrio perfeito para os pais levarem os seus filhos e se interessarem também pela história ou adultos que, assim como eu, cresceram tentando conversar com os seus brinquedos por causa de Toy Story. Se você estava preocupado com o desenrolar da trama que já parecia ter sido fechada no terceiro filme, pode ficar tranquilo, a sequência é inovadora e original, sem perder a essência da história com o Andy.
No começo do filme pode ter um certo estranhamento com as leves diferenças nos personagens, que estão muito mais perfeitos agora, mas logo esse estranhamento vai embora quando notamos a tecnologia impecável que foi usada para criar os personagens, cada pedaço de lã usado nas roupas dos bonecos ou cada pelinho nas pelúcias nos faz querer aperta-los.
Os brinquedos que fazem companhia para o nosso cowboy favorito, Rex, Slinky, Sr Cabeça de Batata e toda a sua turma, não tem tanto foco nesse filme, mas estão longe de serem esquecidos, já que tem um papel fundamental para o desenrolar da trama e sempre estão ali para ajudar Woody e o Garfinho.
Nesse filme nós também matamos a saudade de uma personagem muito querida, a Pastorinha Betty, que acaba se reencontrando com o seu antigo amor, Woody, e ensina pra ele um novo papel para os brinquedos que o faz questionar a lealdade com a “sua criança”. É incrível a forma que Betty dá um novo significado para os brinquedos e nos mostra um novo ponto de vista, com referências que parecem infantis, mas são muito reais para situações da nossa rotina, além de estar super independente e forte! Girl Power também serve para brinquedos, né?
Toy Story 4 superou todas as expectativas e chegou com uma trama surpreendente, divertida e emocionante. A Pixar acertou em cheio em continuar esse clássico sem deixa-lo cansativo e ainda dando espaço para ter uma sequência.
Pegue o seu chapéu de cowboy ou a sua nave espacial e voe para o cinema, o filme estreia amanhã (20), e você vai sair de lá querendo conversar com todos os brinquedos que ver pela frente!
Ps: não esqueça de levar um lencinho para o final, você vai precisar.
Confira o trailer:
Por Balde de Pipoca